LONGTRI - Pan Americano de Longa Distância, muita determinação
Mais uma vez a determinação e a perseverença foram colocadas a prova. Esta foi minha 5a participação em uma prova de triathlon e em nenhuma delas a distância foi a mesma. Pela primeira vez eu deveria repetir a distância de uma prova já que estava previsto que o Pan Americano LONGTRI Brazil seria realizado com 3 km de natação, 80 km de ciclismo e 20 km de corrida, as mesmas distâncias da 1a Etapa do Brasileiro de Longa, a qual participei em 27 de Março de 2010 no Ceará.
Por conta do trecho liberado pelo departamento de trânsito do estado de Pernambuco o ciclismo teve que ser reduzido para 60 km e, pelas regras da ITU, as demais distância foram reduzidas proporcionalmente. Sendo assim, a natação passou para 2.250 metros e a corrida para 15 km.
Esta foi a primeira surpresa que nós, atletas, tivemos ao participar do congresso técnico realizado no dia anterior a prova. A outra foi o horário da largada. Antes prevista para as 07:00 da manhã do dia 28 de Novembro de 2010, foi antecipada para as 05:00 da manhã, mas só ocorreu as 05:30.
Todos alinhados na praia do Cupe, em Porto de Galinhas, para a largada da prova. A preocupação dos participantes com as condições do mar já havia sido exposta no congresso e no dia ficou claro que muitos estavam com receio de enfrentar a forte arrebentação e as ondulações.
Para evitar que os atletas enfrentassem a arrebentação mais de uma vez, a organização montou um circuito onde os atletas entravam enfrentando a arrebentação até alcançar a primeira bóia, precisavam dar 2 voltas contornando as 4 bóias, que formavam um retângulo, e ao alcançar pela 3a vez a 4a bóia saiam em direção a praia enfrentando novamente a arrebentação tomando o cuidado para não levar um "caldo" das ondas que quebravam por trás.
Esta situação teve várias consequências. Atletas frustados que não conseguiram entrar no mar, atletas passando mal, inclusive eu, já que as condições do mar aliado ao tempo que o atleta ficou exposto propiciavam enjôos e maior desgaste físico e ficou a dúvida quanto a credibilidade da fiscalização em garantir que todos realizaram o percurso completo. Não havia como controlar e, por puro "instinto de sobrevivênvia", alguns atletas acabaram saindo da água sem completar os 2.250 m.
Depois de sair da água era preciso subir alguns degraus em direção a rua de paralelepípido e correr, ladeira abaixo, uns 400 metros até a transição. Detalhe que para acessar a transição foi necessário cruzar a avenida na qual era realizada o ciclismo. Condição de insegurança para quem pedalava e para quem vinha de uma natação desgastante, sem rumo, em direção a transição.
Realizada a T1 sai para os 60 km de ciclismo. O circuito com 10 km tinha 4 km de blocos de concreto justapostos depois da rotatória de acesso a praia de Maracaípe. A trepidação era constante no decorrer destes 4 km aumentando ainda mais o desgaste. Sem contar os atletas que paravam por conta dos pneus furados. Duas lombadas no circuito e o asfalto inacabado em alguns trechos passavam intranquilidade aos participantes, sem contar a necessidade de dividir a pista simples com o carros.
Completada as 6 voltas do ciclismo, chegamos a T2. Ao contrário da 1a Etapa do Brasileiro, na praia do Cumbuco, a corrida foi uma graça, mesmo com o calor forte, para quem já havia sobrevivido a natação e completado o ciclismo sem nenhum contra-tempo maior. Num circuito de 7,5 km montado na ciclovia, recém inaugurada, da rodovia PE-09 foi possível se concentrar para correr bem, recuperando 4 posições em relação a natação e 1 posição em relação ao ciclismo. Após as 2 voltas conclui a prova em 04:09:36, ficando na 6a colocação da categoria. Com este resultado conquistei o 4o lugar, devido ao critério de desempate, no ranking Brasileiro de Longa Distância com a mesma pontuação do 3o colocado.
A participação valeu pela superação e pela beleza do local.