Completei o primeiro

18/10/2009 13:00

Mais um episódio, ou melhor, evento preparatório para o Iron Man 2010.

 

No último dia 18/10, mais uma vez em Salvador, completei minha primeira prova de Triathlon. Existe a famosa expressão: "Quando iniciamos algo devemos começar por baixo". Foi o que eu fiz. A prova, que faz parte do circuito SESC Triathlon, foi a mais curta da modalidade e consiste de 750 m de natação - 20 km de ciclismo - 5 km de corrida.

Vamos compará-la ao Ironman: 750 m x 3800 m (5,1 vezes menor) - 20 km x 180 km (9 vezes menor) - 5 km x 42,195 km ( 8,4 vezes menor). Realmente o começo tem que ser lá em baixo.

 

A viagem e seus desencontros:

A viagem foi um pouco mais apertada. Minha intenção era chegar em Salvador até as 13:00 da tarde do dia 17 para almoçar, dar uma descansada e seguir para o congresso técnico as 16:00. Como não conseguimos sair antes das 10:00 de Aracaju, acabamos chegando por volta das 14:30 horas em Salvador para almoçar. Com medo de perder a reserva na pousada paramos para avisar que já estávamos em Salvador e somente após o congresso técnico retornaríamos para entrar na pousada.

Para chegar no congresso foi um pouco complicado. Pelo mapa tínhamos que chegar até a Fonte Nova. Até aí foi fácil. Chegando na Fonte Nova tinha a opção de entrar em três avenidas. Foi aqui que complicou. Se pegar a avenida errada sabe lá onde íamos parar e onde estaria o próximo retorno. Liguei para o SESC e quem atendeu indicou o caminho. Peguei a rua que eu achava que o atendente tinha indicado. Como não confiei na informação parei no posto e perguntei. No posto a informação foi dada com tanta convicção que pensamos: "Não tem erro". Chegamos no topo de uma ladeira, que o carro quase não subia, e ficamos perdidos de novo. Rodei até conseguir voltar para a Fonte Nova. Liguei para o SESC de novo e disse que estava em frente a Fonte Nova e o esperto do atendente disse:"Vou sair aqui na frente do SESC para ver se te enxergo". Acho que ele estava com uma luneta ou binóculo de longo alcance, pois não sei como ele iria me enxergar se estava ainda a uns 2 km do SESC do outro lado da ladeira...

Tudo bem, expliquei para ele que não conseguiria me ver e ele me passou novamente a direção. Peguei a outra rua que dava acesso a um viaduto. Pelo menos cheguei na avenida certa. Parei em outro posto e o frentista disse: "Fica logo aqui em baixo. É só fazer o retorno". E era mesmo. Fizemos o retorno e passamos em frente ao SESC. Não conseguimos entrar, pois o acesso é pela rua secundária, paralela a avenida. Passamos novamente em frente ao posto, fizemos novamente o retorno e pegamos a rua secundária que saia dentro de um terminal. Mas agora estava certo. Paramos em frente ao SESC para perguntar se podíamos colocar o carro dentro do estacionamento e não permitiram. Adivinha o local que indicaram para parar o carro ? - o posto que pedimos a informação. Se eu soubesse não tinha perdido 10 minutos dando volta e gastando combustível para voltar e parar no mesmo lugar...e ainda por cima me rendeu uma dor de barriga causada pela combinação nervosismo+ansiedade.

O congresso foi bom, com música ao vivo, apresentação de dança e as orientações sobre a prova e entrega do kit.

Retornamos para a pousada, com a dor de barriga incomodando, e depois de tomar aquele banho fomos a pé para jantar no shopping. A caminhada relaxou, a dor de barriga passou e a fome apertou. Depois foi só voltar para a pousada e dormir.

No dia seguinte, 05:30 da manhã de pé. A pousada serve o café oficial as 07:00, mas neste horário eu já deveria estar no local da prova para conferir os materiais e colocá-los na área de transição. As 06:15 fomos tomar o café "improvisado" que eu já havia solicitado quando fiz a reserva. Para comer tinha pão pequeno (2 para cada), 2 pedaços pequenos de bolo para cada e umas torradinhas de pão amanhecido. Aí entrou a minha defensora em ação. A Xuxa ficou indignada que não tinha uma fruta e quando ela pediu para o rapaz cortar ele respondeu que não tinha autorização de cortar antes do horário.

Aí ficou aquele clima, pois ela disse que já tinhamos avisado com antecedência justamente para eles se organizarem e que se já tivessem deixado as frutas cortadas na noite anterior na geladeira não teria problema de estragar... Ainda bem que chegou uma tiazinha da cozinha que entendeu a situação e cortou duas fatias de mamão e 2 de melância. A conversa da Xuxa com a tiazinha foi que eu era atleta e iria participar de uma competição e precisa comer as frutas no café... eu fiquei o tempo todo só de espectador e nessa hora não aguentei e caí na risada.

 

A prova com ótima organização:

Fomos para o local da prova. No 2o distrito naval, ao lado do mercado modelo. O mesmo local da etapa estadual do campeonato baiano que participei em Abril. Desta vez, com tempo bom, nenhuma modalidade foi cancelada.

Tirei os materiais (capacete, tênis, sapatilha, óculos, touca, boné) do carro e montei a bicicleta. Fomos para a área de transição para deixar tudo lá. Desta vez não foram os alfinetes, mas eu sabia que duas coisas me ajudariam, se tivesse providenciado. A primeira: elásticos para prender a sapatilha na bicicleta e evitar que esta ficasse arrastando no chão durante a transição. A segunda: uma cinta que é utilizada para prender a numeração durante a corrida e que agiliza a transição.

Enquanto arrumava o material prestava atenção na conversa de dois rapazes que também arrumavam seus apetrechos quando um deles comentou que havia esquecido a cinta e improvisou com o elástico da cueca. Nessa hora eu pensei: "Muito original essa idéia". Semanas antes eu não consegui comprar a tal cinta e fiquei pensando em pegar a alça da mochila, mas vi que não daria certo. Agora já sei o que utilizar na próxima competição...

Organizado o material, foi só aguardar a largada.

A largada da natação foi dada as 08:42 e o mar estava tranquilo. Completei os 750 m em 00:11:05, uma média de 1'28" a cada 100 m. Achei que tinha nadado melhor. Nestas condições do mar a intenção é chegar a uma média de 1'15" a cada 100 m.

A transição para o ciclismo foi boa. Como era minha estréia, ficava a preocupação de como colocar a sapatilha sem perder muito tempo e, principalmente, sem levar um tombo. Como ela já estava presa do pedal, coloquei o pé direito com o calcanhar para fora mesmo e subi na bicicleta. Sai pedalando e tentando colocar o pé esquerdo da mesma forma. Quando os dois pés estavam na sapatilha foi só empurrar e com uma ajudinha da mão, antes da primeira curva, já estava encaixado. Nessa hora foi quando a adrenalina subiu. O ciclismo é muito emocionante e dinâmico. Dá uma sensação de poder quando você se vê pedalando próximo dos 40 km/h. Claro que não foi possível manter essa média, pois para isso precisa de muito treino. Depois de 5 voltas completei, não muito são, mas salvo os 20 km em 00:35:39, com média de 33,7 km/h. Aí veio a transição para a corrida. Essa foi pauleira. Já estava cansado do pedal. Cheguei para deixar a bicicleta e fiquei perdido. Não sabia se eu tomava o gatorade ou tirava o capacete. Aí tinha que colocar o tenis, boné e o número para correr. Esse foi o que me deu mais trabalho. Ah se eu tivesse tido a idéia do elástico da cueca...Saí para correr. E que diferença faz o treino. Em Abril quando estava começando e sem treino definido eu saí da água exausto e corri me arrastando. Agora não, apesar do cansaço, a preparação era outra e consegui correr bem. No fim da primeira volta a porcaria do número rasgou e eu tentei correr e prender o número ao mesmo tempo. Vi que não tinha jeito e parei para prender, pois não podia correr o risco de ser desclassificado pela falta da numeração. Fiz o retorno e quando comecei a segunda volta olhei para ele e lá estava ele caído de novo. Parei e prendi novamente. Nessas paradas foram quase 2 minutos de tempo perdido. Continuei até finalizar as 3 voltas e completar os 5 km em 00:22:08, uma média de 4'25"/km ou 13,55 km/h. Essa média me surpreendeu, pois mesmo após perder tempo com a numeração ainda consegui correr para menos de 4'30"/km.

Enfim, no final completei a prova em 01 hr 11 min 25 seg. ficando em 50º lugar geral (total de 141 atletas que completaram a prova) e 8º lugar na categoria (total de 18 atletas). E o mais importante, para mim, foi a diferença de 10 min e 53 seg para o primeiro colocado geral. Tirar 11 minutos em um ano para chegar nos primeiros colocados não é tarefa impossível... :).

 

Para quem quiser acessar os resultados: https://www.championchipbrasil.com.br/resultados.asp?id_evento=321

 

Agradecimentos:

A Deus, por me fornecer as condições físicas e mentais para treinar e participar destas provas. E pela proteção concedida a cada dia, principalmente quando retorno de bicicleta ao final de um dia trabalho;

A Xuxa, minha esposa, pela compreensão desde o momento que resolvi encarar o triathlon, pela companhia e fotografias com a preocupação de estar no lugar certo para pegar o melhor ângulo.

Aos técnicos, Sergio Nunes (natação) e Jymmys Lopes (corrida e ciclismo), pelo incentivo e busca do melhor resultado. Mesmo quando eu acho que já está bom, eles apontam algo que eu preciso melhorar.

 

O próximo evento preparatório será a Volta de Aracaju em Novembro.

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